segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Homenagem - Humberto Riella

Humberto Riella faleceu em 
Brasília no Dia de Reis 

O último grande herói dos plantadores da cultura itabunense. Ele tinha que viajar no Dia de Reis. Foi um rei no comportamento humano durante a sua vivência entre nós. Um padrão do que se espera de homens de bem, bem servir, bem estar, bem viver.

Tive um histórico de conhecimento em minha educação adolescente. É bom saber dos verdadeiros homens de bem. Esses que são perpetuados pelo dever de serem bravos, honestos, dedicados, amigos.
O Banco do Brasil foi um destaque na vida do bancário por excelência. Quando menino, eu destacava as pessoas pela importância do seu enlevo social. O Bispo, quando vinha a Itabuna, e nós não éramos um bispado. Os médicos de família, lembro-me de Vitor Maron, Corbiniano Freire. Empresários e políticos como Antoninho Queiroz, José Soares Pinheiro, esse saudoso cunhado de Riella. A gente, meninos de Itabuna, tínhamos nossas referências. O prefeito Miguel Moreira, com sua nobreza, e os grandes amigos que meu pai me ensinava a cultivar, como Alício Peltier de Queiroz. Dentre eles se destacava Humberto Riella. Tinhamos intimidade, ele visitava meus pais no velho casarão na beira da chácara dos Almeida. Lá existia um campo de tênis ao lado da casa, e ele fazia parte da nobreza, da atualidade do Banco do Brasil, dos primos Aristarco Almeida e Raiol, uma elite de personalidades de uma época inesquecível. Era ali a reunião em que Humberto participava em uma Itabuna de uma nobreza histórica não mais vista hoje em dia. Nosso tempo é outro. Apenas podemos guardar saudades. Em minha casa, na intimidade, Humberto Riella tomava café no pires, uma personalidade elegante, linda, desses grandes homens que impunham respeito pela presença. Seu talento ajudou a economia de Itabuna. Tinha o reconhecimento dos políticos, orientava os proprietários da cacauicultura para suas finanças. Isso fez crescer o seu cargo no banco, e ele acabou na diretoria da superintendência, indo até o Ministério. Nunca houve um gerente de banco, um inspetor, um financista em nosso mundo econômico aqui em Itabuna igual a Humberto Riella. As palavras de Nestor Jost, ex-presidente do Banco do Brasil, definem a pessoa de Humberto Riella: "Funcionário disciplinado, inteligente, ativo e cortês. Possui bom preparo geral e redige bem. Executa com muita segurança e capricho todos os serviços que lhe são confiados. Tem grande capacidade de trabalho e perfeito conhecimento dos serviços do Banco, ao lado de apreciável espírito de organização e de tirocínio administrativo, revelando pendor para postos de administração. Bom datilógrafo. É discreto, ponderado, dotado de espírito de iniciativa, mantendo ótima conduta dentro e fora do Banco".
Dessas famílias de Itabuna, Humberto era um patriarca especial. Quando do passamento de sua companheira Ilda Franco Riella, Humberto ficou abalado. Vivia em Brasília com as filhas, netos e bisnetos, mas o histórico de Itabuna não vai esquecer esse homem. Outros irão contar de outras maneiras. Recordo-me de sua atenção, seu carinho aos amigos e aos filhos dos amigos. Humberto Riella tinha respostas para todas as perguntas. Ele se foi no Dia de Reis, em um domingo para nós, católicos, uma saga da Cristandade, reservado aos que tem sentimentos pátrios, deixando marcas reservadas aos nobres.
Nos 90 anos de Humberto, foi muito lembrado a saudade de sua Ilda, casado com ela por 64 anos. A chegada dos bisnetos foi uma saudação, mas a saudade de Ilda nunca foi compensada. Os flagrantes que postamos para vocês são do folder de uma comemoração que ficou guardado com carinho e algumas fotos de nossos arquivos. Saudade, família.

Em Brasília, Humberto Riella com a família, um dos maiores empresários grapiúnas, bancário, chegando até a superintendência nacional do Banco do Brasil. No flagrante, Humberto com todos os filhos. Ao centro, Urandi e Bira Riella, netos e bisnestos, uma bela família.

Nesse flagrante, o médico amigo Maurício Nunes entre dois nomes famosos de Itabuna, o grande Humberto Riella e o médico do ano, Urandi Riella.

Em Brasília, uma das personalidades que marcou época na economia grapiúna. Quem não se lembra do Ministro Humberto Riella, aqui com o casal Márcia Esquivel Urandi Riella.

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