Essa história teve início, quando o deputado (com orgulho meu tio, irmão de meu pai, para lembrar a vocês: irmão de Godofredo Almeida, os mais famosos da família) fora a São Paulo, já viúvo, lá conhecendo dona Silva, gerente de banco, diretora, uma administradora de linha, o amor floresceu e veio o casamento. Dona Silva o acompanhou a Itabuna e assumiu com responsabilidade a administração das propriedades, assimilando a cultura desta região, com méritos de sua inteligência de uma mulher especial. Eleita cacauicultura do ano pela Ceplac por dois anos, a primeira mulher reconhecida com essa distinção, ao lado dos grandes cacauicultores da época.
Dona Silva mereceu uma matéria especial na rede Globo pelo seu trabalho social que reconhecia a mulher trabalhadora com registro e garantias sociais.
Essa grande dama marcou época, ajudou a família como poucos, assumiu a maternidade de uma das filhas de uns dos sobrinhos do marido, a jovem Conchita Almeida do Espírito Santo. A tragédia de Silva iniciou-se após a invasão de suas propriedades pelos SEM-TERRA, por descaso do governo com os proprietários. Suas propriedades foram invadidas por 17 vezes, em uma deles essa grande personalidade foi expulsa de suas terras com sua filha, usando apena a roupa do corpo. Tudo foi lamentavelmente perdido, registros históricos, documentos, inclusive pertences da família, aparelhos de limoges, pratarias, candelabros, crucifixos, que eram barganhados trocado por cachaça e armas por esta raça, que, com apoio do governo e conivência das leis, enxovalham o País com suas atrocidades.
O silêncio da luta desta grande mulher tornou plenitude quando ela, que morava de favor na casa de um ex-funcionário, foi acolhida no Hospital de Base e só não morreu pela generosidade do médico humana social Dr. Raimundo Freire.
Dona Silva deixou Itabuna ainda convalescente sábado último no dia dos pobres, com destino a São Paulo para viver com sua família de origem e festejar agora sua maior glória, depois de tudo que ela perdeu, a formatura de sua netinha em Medicina, na grande Universidade Federal em São Paulo, a jovem médica Silvia Carolina Almeida.
As propriedades a mercê de Deus deste Brasil “EMLULADO”, nessa Itabuna Centenária e desgraçadamente ingrata. Eu gosto de tia Silva, com ela uma vivência de glamour pelas coisas que produzia ela admirava, e saudade do meu tio, um homem que honrou a história de Itabuna.
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